sexta-feira, 29 de maio de 2009

Injusto

Assisti "Budapeste" ontem, enfim. Cometi tremenda injustiça. O filme é muito bom, melhor que o livro.

A quem interessar possa

Presto aqui minha solidariedade aos amigos palmeirenses e tricolores. Aproveito para avisar que foram abertas vagas na torcida "Leões da Fabulosa", da Lusa. Basta comparecer a sede do clube, no Pari, munido de carteira de identidade e currículo para aprovação.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Ai que medo!!!!



Quem viu, não gostou. De qulquer forma, sempre é perigoso assistir qualquer coisa que tenha Giovana Antoneli no elenco...

Mercado negro



Na babel de Barcelona, o mercado negro é dividido em territórios muito bem delimitados. Os africanos, majoritariamente os argelinos e nigerianos, dominam o comércio de produtos de grife fasificados. Se espalham em grupos pela orla de Barceloneta e nas Ramblas e deixam o material em panos envoltos por uma espécie de corda. Quando surge algum policial mais invocado, puxam a cordinha e em poucos segundos a muamba vira uma mochila. Mas é tudo cena. Os policiais só fingem que vão abordá-los. Raramente algum ambulante é detido, e quando isso acontece, fica-se poucas horas na cadeia. Óculos Prada, bolsas Gucci, relógios Rolex. Tudo por cinco euros. Os turistas fazem a festa. Vender e tomar cerveja nas ruas de Barcelona é ilegal, mas ninguém se importa com isso. O ramo de venda de latinhas pelas ruas é ¨gerido¨ pelos paquistaneses e indianos, aqui chamados de ¨paqs¨ ou ¨moros¨. Deixam as latas escondidas em bueiros e as vendem por 1 euro nos locais de maior aglomeração. Nao sei como, mas muitas delas chegam geladas. Só ¨moros¨ devidamente contratados podem vendê-las. Eles são arregimentados por famílias donas de mercados e mercadinhos, e portanto compram cerveja no atacado. É tudo muito organizado. Os moros também vendem haxixe de qualidade duvidosa, mas com preços convidativos. Um tabletinho sai por vinte euros, e deve ser fumado com tabaco. Fuma-se bastante haxixe em Barcelona. Nas praças no fim da tarde, nos shows, nas esquinas. A polícia passa pelas rodinhas e finge que não vê o cigarrinho passando de mão em mão. Só não vale ficar dando bandeira. A polícia espanhola é dura no aeroporto. Mas os imigrantes - legais ou ilegais - que conseguem entrar, encontram uma política totalmente permissiva. Todos eles - as putas e garçons brasieiros, os cervejeiros moros, os muambeiros argelinos - saem as ruas para celebrar as vitórias do Barcelona.

Avante, Barça



O time de Pepe Guardiola, que pega amanhã o Manchester, é, na verdade, uma seleção nacional. A seleção nacional da Catalunha. Na final da Copa do Rei, que é patrocinada pela madrilenha TVE e sempre conta com a presença da família real espanhola, as duas equipes eram de estados com aspirações independentistas, Bilbao, do país basco, e o catalão Barça. Todos no Estádio vaiaram ruidosamente o hino espanhol. A TV optou por tirar as vaias da tela, e com um truque de edição colocou o hino sem contestações. Foi um escândalo nacional e o diretor foi sumariamente demitido. Viam-se no estádio várias faixas com frases como ¨Agora somos europeus. Nao somos espanhóis¨. Foi um tremendo constrangimentom para o rei. E por falar nisso. Custa muito, mas muuuito caro assistir a um jogo do time. Em jogos decisivos, os preços chegam a 1800 euros no mercado negro.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Em Barcelona, é cada um no seu quadrado


De Barcelona

Homens não usam sutiã, portanto nunca saberão qual a graça - e o prazer - de se fazer toples. Alguns mais salientes ainda se perguntam porque tirar a parte de cima, se o grande charme é justamente aquela marquinha discreta que cruza o tomara que caia. Coisa de brasileiro. Aliás, é curioso observar que as mulheres brasucas utilizam minúsculas calcinhas de biquini, mas nunca tiram a parte de cima. Já nas praias de Barcelona, as partes baixas dos biquinis são verdadeiras cortinas, enquanto as de cima ficam na bolsa. Num happy hour com casais brasileiros na orla da Barceloneta, espichei os ouvidos para a ala feminina da conversa a fim de entender os segredos e dramas delas nessa seara. “Nas lojas só se encontramos calcinhas minúsculas, com um fio mais que dental na parte de trás. É muito desconfortável”, disse uma. “Sempre que vou ao Brasil, trago um lote de calcinhas. As nossas sim, são confortáveis”, complementou outra. Intrigante isso. As mulheres de lá fazem topless e usam calcinhas mega sensuais (e incomodas) escondidas por trás da calça. Mas na hora de ir à praia, são conservadoras com a parte de baixo. No Brasil, é o vice-versa. Conversa vai, conversa vem, eis que surge caminhando tranquilamente pelo “calçadão” em frente ao bar um homem completamente nú, apenas de tenis e mochila nas costas. Ao seu lado, outro mais velho parecia estar de sunga. Mas vendo de perto - ainda que discretamente - percebia-se pelo volume livre, leve e solto que a sunga era, na verdade, uma tatuagem. Passaram pela polícia numa nice, numa tranquila, numa boa. Alguém então comentou que os dois são figuras conhecidas e folclóricas na cidade. Dois naturistas radicais que aproveitam a lei da Catalunha - onde o nudismo não é crime de atentado ao pudor - para permanecer 24 por dias como vieram ao mundo. Fascinante. Uma semana antes, na Grécia, mais precisamente na praia de Super Paradise, em Mykonos, fiquei peladão pela primeira vez. Depois de um começo tímido, começei a fazer coper nú, feliz da vida. A festa acabou quando ouvi de longe um grupo de brasileiros conversando em voz para lá de alta. Pior. Eram todos de Uberaba, terra dos meus primos. Percebi pelo sotaque: “Olha só, inglês não tem erro. Se você gostar de uma coisa, diz só Thank you. Mas se gostar muito, diz Thank you very good”. Entrei no mar correndo e só sai de lá de sunga (do avesso).