sexta-feira, 20 de maio de 2011

Jornalistas de folhetim

Lendo o resumo dos próximos capítulos de “Insensato Coração” fico sabendo que o homofóbico, alcoólatra e viciado em jogo Kléber vai voltar a fazer sucesso como jornalista. Sua redenção acontecerá graças a uma antiga fonte que lhe passará um “furo de reportagem” sobre superfaturamento de remédios em um hospital. O episódio reforça minha tese de que os autores de novelas definitivamente não têm a mais vaga idéia do que seja o jornalismo. Ao ver o Kléber, lembro de Fábio Assunção como o editor Renato Mendes. Inescrupuloso, ele editava a revista Fama, aprontava todas para destruir Maria Clara Diniz (Malu Mader) e conquistar cada vez mais poder no Grupo Vasconcelos, patrocinador da publicação, mas nunca era visto trabalhando. Lembro também de Zé Bob. No folhetim “A Favorita” ele era ao mesmo tempo fotógrafo, repórter, colunista e editor, mas nunca aparecia na redação. O caso de Kléber é ainda mais bizarro. Eu me pergunto: por que uma fonte daria um furo a ele, que está trabalhando de garçom, em vez de passar a informação ao Estadão? O fato é que Kléber publica a tal notícia bombástica em seu blogue e, como num passe de mágica, sua vida vira do avesso. Com o sucesso da “reportagem”, a audiência dele na web dispara e todos os jornais citam o feito. Simples assim. Oras, todos nós sabemos que jornal nenhum cita o concorrente de bobeira. Alguém ai já leu uma matéria na “Folha” do tipo: “Segundo o blogue do Zézinho das Couves, houve superfaturamento...”. Menos. Mas voltemos ao lado humano de Kleber. Quando era jornalista de economia de um grande jornal, ele gritava com o editor, chegava bêbado na redação e dava escândalos em coletivas. Em uma das entrevistas, com o banqueiro Cortez, o sujeito desandou a dar lições de moral em voz alta. Detalhe: só ele abriu a boca na coletiva. Além de Kléber, outros “jornalistas” apareceram em “Insensato Coração”. Lá pelo começo da novela, o canastrão André (Lázaro Ramos) recebeu uma repórter para dar entrevista em sua sala. Depois de duas ou três perguntas cretinas da moça, ele tirou o gravador da mão da repórter e pimba, tascou-lhe um beijo. Depois, ele ainda deu outras entrevistas, sempre para mulheres. Em todas, as repórteres eram umas tontas que ficavam

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